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Neste sábado (16), estivemos no I Simpósio de Aconselhamento Genético Multidisciplinar: Atuação e Perspectivas. O evento foi proposto pelos alunos do programa de Mestrado Profissional em Aconselhamento Genético e Genômica Humana, oferecido pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. O objetivo foi levantar informações e ideias que promovam a atualização dos estudantes e profissionais de saúde quanto aos desafios encontrados na realização do Aconselhamento Genético Multidisciplinar no Brasil.

Dentre os temas abordados , Dra. Angela M. Viana-Morgante discutiu sobre o empenho para a instituição da especialidade em Aconselhamento Genético por meio da Sociedade Brasileira de Genética (SBG), sob coordenação da Comissão de Genética Humana. Um dos caminhos é a prova de título que meça o conhecimento em genética humana e outra específica na área de aconselhamento genético. Os requisitos para os candidatos seriam: inscrição no conselho de classe que possui convênio com a SBG, até o presente momento são os da Biologia e Biomedicina; pós graduação ou curso de especialização de no mínimo 720 h na área de eleição; ou, experiência comprovada na área do título pretendido , com atuação especializada com pelo menos nos últimos cinco anos.

Dra. Lavínia Schuler-Faccini, geneticista do Serviço de Genética Médica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, abordou como o aconselhamento genético multiprofissional pode acontecer em um serviço de referência em doenças raras. Assim, discutiu também as premissas desse atendimento, tais como: utilização voluntária do serviço ; acesso igualitário ; educação do cliente; informação na íntegra; atenção aos aspectos psicossociais e afetivos; confidencialidade; proteção à privacidade; aconselhamento não-diretivo.

Sobre a atuação do profissional de saúde como aconselhador genético, a biomédica Dra. Juliana Cuzzi, delimitou como os profissionais de saúde não – médicos poderão atuar. Dentre eles, na área da atenção primária (prevenção baseada na decisão reprodutiva , diagnóstico pré-natal, pacientes assintomáticos dominantes) e como assessor técnico envolvendo exames laboratoriais. Além disso , listou pontos importantes sobre a falta de prioridade do trabalho da genética médica em países em desenvolvimento .

Sobre os profissionais não -médicos, o Dr. Thomaz Rafael Gollop que é especialista em medicina fetal e genética médica, entende que os profissionais enfermeiros no Brasil vem construindo sua história por meio da Sociedade Brasileira de Enfermagem em Genética e Genômica, um trabalho que pode ser considerado referência para outros profissionais.

Representando as famílias e pacientes , estiveram presentes Martha Carvalho ( AXFRAGIL) e Sheila V. Peireira (APROF), relatando suas vivências no que tange ao aconselhamento genético. “Mais que informar, é importante um “acolhimento genético”. Esse papel , muitas vezes, é realizado pelas associações que tentam acolher as famílias na fase inicial do diagnóstico”, diz Sheila.

“Entender o aconselhamento genético na perspectiva de diversos profissionais e famílias trouxe esclarecimentos importantes quanto aos desafios na consolidação da profissão de aconselhador genético no país e que este apresenta um papel necessário e importante na equipe multiprofissional em genética e genômica. Eventos como esse precisam sair do âmbito acadêmico e avançarmos em novos espaços profissionais, sociais e políticos”, afirma a consultora científica da AFAG, Geisa Luz , que participou do evento.
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